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Juliana Cordaro é artista propositora, residente em São Paulo.

Há 27 anos Juliana Cordaro trabalha com artes visuais e as interseções com a educação e a saúde. Seu caminho tem sido feito de experimentações entre aquilo que, como artista, descobre ser interessante propor às pessoas, o que diz respeito às questões da coletividade e o que reverbera, ganha corpo e significado para as pessoas que participam das sua propostas. 

 

Atuou em diversos espaços e instituições públicas e privadas, com diferentes públicos, desenvolveu projetos autorais como a Pequena Biblioteca Voadora, Projeto Memória Viva e Quintal Aberto e também contribuiu com programas sociais públicos e privados nos campos da arte, educação e saúde.

 

Por seis anos orientou ateliês para mais de 100 crianças, adolescentes e jovens na favela de Paraisópolis, trabalho que deu origem à abordagem Bom Lugar.

Hoje, com base nessa abordagem, além de oferecer O Ateliê como Lugar de Encontro, ministra também cursos de formação para profissionais da arte, educação, saúde e interessados em geral.

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Acredito no potencial da arte para  recriar e inventar os espaços e as formas de nos relacionarmos, e para promover uma maior consciência social, especialmente porque há desigualdade e injustiça. 

Sou artista propositora, um tipo de costureira de possibilidades e pessoas, articulando grupos que se juntam em torno de vontades e para descobrir quais são as vontades da coletividade. E tenho certeza, afirmando em minhas práticas diárias com os meus pequenos núcleos de pessoas, que atuar coletivamente pode movimentar e deslocar muitos conteúdos e condições que por muitas vezes nos aprisionam e nos colocam em uma postura conformista e paralisante diante de nossas vidas. 

Ao exercer o papel de artista que venho construindo para mim, abro espaço para viabilizar o papel do outro. E desejo que isso seja transposto da arte para a vida.

Acredito que fazer e pensar arte é mais do que necessário, é forma de se facilitar uma espécie de (rei)nvenção do mundo. 

Como postura de vida, aponto a minha esperança na direção de ver uma transformação do modo com o qual nos relacionamos com a arte, que assuma e dignifique as diferentes expressões artísticas dos indivíduos. E que eu possa estar viva e nos lugares onde seja possível participar disso. 

Me interessa pensar em uma real possibilidade de convivência e coletividade para que as pessoas possam, de fato, exercer os seus modos de ser no mundo. Me interessa pensar no desenvolvimento integral das pessoas em relação e conexão com a vida e outros seres. E nas ações e articulações contra os séculos de privilégios para apenas uma minoria. Para que caiba mais do mundo nas pessoas e para que caiba mais das pessoas no mundo.

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