quintal aberto | coletivo yanã - ação, 2018 e 2019
Montamos o Coletivo Yanã em 2018, numa quinta-feira de sol. O coletivo foi criado por Helena Morillo e por mim, paulistanas, vizinhas e ex-colegas de trabalho (numa instituição da área de saúde em São Paulo).
Essa ideia nasceu da vontade de desinstitucionalizarmos a parceria que possibilitou o nosso encontro e trazê-la para uma esfera de mais autônoma e criativa, colocando em prática as ideias que tínhamos sobre encontros e vizinhança e da nossa relação e interesse pelas artes, memória, territórios, infância, educação, psicologia, comunidade e relações sociais.
Nos unimos com a vontade de pensarmos formas de conviver e de se estar junto, de articular redes que se apoiam, entendendo que o potencial dos encontros está justamente no ato de construção contínua dele, para que as vontades e ideias de seus participantes sejam exercidas e, assim, que seja possível construir autonomia, possibilidades mais abertas de convivência, de criação e participação social.
O primeiro projeto do Coletivo Yanã foi o Quintal Aberto. A proposta era de fazer a ponte entre um SAICA (Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes) e o quintal da casa que deu origem ao coletivo. Então, abrimos as portas para recebermos essas crianças vizinhas em ciclos de encontros que tinham como ideia a sua transformação gradual: conforme as relações entre todos nós nesse novo espaço e contexto fossem sendo estabelecidas, íamos compreendendo quem éramos e o que queríamos juntos.
O Quintal Aberto foi criado para pensarmos sobre as possibilidades de borrar as fronteiras e ampliar os horizontes e relações de vizinhança entre as crianças acolhidas no SAICA e os moradores do bairro Jardim Trussardi no entorno da casa onde as crianças se encontravam (e do qual o Coletivo é vizinho).
Com o intuito de experimentarem ali a autonomia de uma construção documental de suas jornadas, ao longo dos nossos encontros, uma documentação subjetiva, criativa e viva se abriu para ser construída pelas crianças a partir dos registros feitos por elas e por nós de nossas vivências, acrescentando, possivelmente, um contraponto à documentação oficial institucional que as acompanha neste período de suas vidas.
Nas fotos, algumas crianças e também Clementina e Mano Edgar, os dálmatas vizinhos do SAICA, cães, educadores e companheiros.



















